sexta-feira, julho 15, 2005

Vamos de Férias/Hollidays/Vacances/Ferien/Vacanza/Tatil

Caros leitores, leitoras, críticos, ouvintes, telespectadores e amantes de telepatia, vimos por este meio informar que vamos entrar de férias / hollidays / vacances / ferien / vacanza / tatil a partir de hoje e até Setembro, ou seja, um mês e meio de boa vida. Prometemos que voltaremos com toda a pujança que nos caracterizou, umas vezes bem, outras vezes mal, mas sempre com o mesmo objectivo. Poderá haver alguma excepção, caso aconteça um evento que o justifique ou algum de nós tenha um rasgo de imaginação e não aguente até Setembro, nesse caso, será emitido novo post. Até lá, caso desejem contactar-nos, o nosso e-mail, aljustrel_news@hotmail.com, continua disponível. Os melhores cumprimentos a todos por parte dos vossos escribas de serviço.

Índio e Cowboy.

P.S-> Se não aguentarem sem ler os nossos textos, façam como nós fizemos ontem enquanto discutimos a paragem para férias, leiam os antigos, ou então, soltem o Mano Abel que há em vós e escrevam histórias que nós publicamos aqui quando pudermos. Para evitar confusões, durante o período de férias vamos desactivar os comentários. Obrigado e agradecemos a vossa compreensão. Até breve, como diz sempre o Celso Serra no seu blog. (Esperamos não ser processados por plágio).

quarta-feira, julho 06, 2005

Comunidade cigana em Aljustrel exige respeito

A comunidade cigana “residente” em Aljustrel, exige mais respeito por parte dos seus vizinhos e restantes cidadãos habitantes da nossa rica vila. Tudo porque o chefe da delegação cigana actualmente a “residir” em Aljustrel, o Sr. António Luís Carlos João, apanhou em flagrante delito, um voyeur aljustrelense a praticar o seu hobby, ou seja, espreitando para dentro da tenda-quarto da esposa do respeitoso líder cigano, enquanto esta tratava da sua higiene pessoal (retirava muco nasal empedernido da narina esquerda). O líder cigano, que não apresentou queixa às autoridades por ter em conta que o voyeur é um respeitado cidadão/apresentador/ex-advogado/futuro psicólogo/ex-vereador/pai de família e exímio manejador na arte de enviar mensagens por telefone móvel, ficou revoltado com tamanha ousadia do seu colega cidadão aljustrelense e não conteve a sua revolta perante a nossa caneta e bloco, (ler com sotaque aciganado, assim tipo Saraiva dos sapatos) «Ai, tá Mali, isto é uma vergonha, se fosse um cigano já tava preso, mas agente já tá habituados a isto. Já viu o que éi? Um homem sai de casa na sua Iveco que ainda nem tem 3 meses, vai a Serpa, Beja, Mértola, Ourique, Moura, Cuba, Pias, Vidigueira, Almodôvar, Castro Verde e Odemira para levantar os abonos de família que tanto custam a ganhar, deixa os 15 filhos com a mulher que os manda, coitadinhos, para a escola onde eles sofrem tanto porque os professores não sabem nada, e depois ainda chega à casa, quer dizer, tenda, para encontrar um senhor a espreitar pelo buraco para ver a minha Maria Cautela na intimidade! Eu ainda pensi em pegar da espingarda e pregar-lhe um tiro, mas depois lembrei-me que ainda furava a tenda e deixei-o ir… Mas da próxima não o perdoo, juro pelo mais pequeno que ali tenho, o meu Manel, ou é o João? Ou o Fábio? Ou é a Mariazinha? Ou o cão? Olhe é um desses. A culpa é da Câmara que não nos dá uma casinha para morar, esses é que têm a culpa toda, porque deram aquela casa agente, mas a casa nem micro ondas tinha!! Nem um DVD, nem um plasmasinho como o meu primo tem em Chelas, até o meu primo na Caparica, onde eu vou passar as férias, tem um “Sarroundé” na sala e outro na cozinha, e para os ciganos de Aljustrel nem uma telefonia deram, foi só a casa! Depois culpam sempre os ciganos, espere só um bocadinho que tenho o telemóvel a tocar:”Tou? Ai, primo…É uma vergonha!! Tou a dar agora uma “trevista” a um senhor dos “brogues” a contar tudo!! Queres falar com ele? Eu vou passar..” , o meu primo quer falar consigo, ele é da Cova da Moura, boa pessoa…

605MF – Estou sim?
Carlitos Mãos Leves aka Gipsy Lord (GL)– Tou man? Ouve é só para dizer para escreveres bem a cena que o meu primo está a dizer, tas a ver? Senão vou ai com os Gipsy Masters e partimos a cena toda, percebeste?
605MF – Ora essa…está à vontade sr.Lord! Escrevo tudo o que o seu tio disser, direitinho sem espinhas!
GL – Yá man, tou-te a curtir-te bué, pareces um chavalo porreiro. Olha podes publicar ai uma cena que vou contar?
605MF – Força, dispare!
GL – Dispare!? Tás a insinuar que eu e o meu gang temos Uzis e pistolas Glock compradas a emigrantes ilegais de Leste, tudo por atacado ficou em 900 euros? E que o negócio foi feito na Pedreira do Húngaros? eE que eu fumo ganzas como quem bebe água? E que fui eu que matei o Nokinhas o ano passado em Alfama por causa de uma camisa que ele me estragou? E que eu como Sugos a seguir às refeições?
605MF – Não…
GL – Ah, então tudo bem. Eh pá, o que eu queria dizer é que essa cena do arrastão tá mal contada, men. Eu estava lá na cena com os meus “brothers” e mais uns 450 amigos, todos na boa e lembrámo-nos de começar a treinar para a próxima meia-maratona de Lisboa, só que a malta que está na praia não respeita quem quer fazer desporto e mete-se no meio do local onde nós costumamos correr pá, e então foi normal que certas cenas, sem querer, tás a ver, man? Certas coisas das pessoas, assim tipo, carteiras, bolsas, mochilas, telemóveis, toalhas e outras cenas, ficaram agarradas ao corpo da malta que andava a treinar pá, aquilo com o suor derivado do exercício e do calor que estava, era normal que as cenas se apegassem a um gajo, tá-se? A malta não roubou nada como por ai dizem, man, as coisas é que se agarraram a nós sem nós darmos por isso. Só para veres a cena, e como a malta não gosta nada disso de roubar, man, um amigo meu, o Joca, chegou a casa depois do treino e assim que entrou a mãe disse-lhe logo “Joca onde é que andaste que trazes um telemóvel e uma máquina fotográfica agarrados à perna e um par de ténis colados nas costas?”, bem, o Joca ficou pior que estragado man, e foi logo a uma esquadra entregar as cenas, só que a esquadra estava fechada porque já passava das 20h, e o Joca vendeu aquilo ao Zé Pechincha mas com o aviso que se algum dia encontrar os donos, o Zé devolve o material todo. Isto a malta é assim, man.
605MF – Não fazia ideia, obrigado pelo esclarecimento…
GL – Ouve, man, já agora escreve ai também que enviamos nosso apoio ao colega de profissão, falsamente acusado de ter efectuado um “one woman arrastão” ai na Sapataria Popular, tá-se Sister!! Aguenta ai!! A malta está contigo e se tiveres “problems” tens sempre um lugar aqui na Cova da Moura.
605MF – Ok, vou tomar nota, vou escrever isso a negrito e tudo…
GL – Eh pá, por falar em negrito, tenho aqui um brother, o Tchizé Malumpué, que é Dinamarquês, que quer mandar um recado ai a um companheiro de Aljustrel. Fala Tchizé…
Tchizé Malumpué (TM) – Istou?
605MF – Sim, diga…
TM – Eh patrão, era só para mandar um abraço ao Jorge “Mano Abel”, a cabeça que ele retirou do rio era do meu irmão Tchizé Malumpié, nunca mais mi isqueço da cena pá, foi o Jorge que me contou como aconteceu, ele dizia “Ouve, tava a trabalhar lá em cima pá, quando vejo um preto cair e bater com a cabeça com tanta força que ela saltou e caiu ao rio. Eu pensei “Vou-me a ele”, e os pretos que tavam lá ficaram a olhar, e eu lancei-me ao rio, dei um mergulho ai “duns” 200 metros de altura até à água e fui a nadar atrás da cabeça do gajo desde Serpa até Vila Real de Santo António, mas apanhei-a, depois cheguei ao pé dos pretos que ficaram a olhar, ia com a cabeça do outro na mão e disse-lhe “Tá aqui o vosso amigo””. Um grande abraço Jorge, obrigado por teres salvo a cabeça do meu irmão, mas a minha mãe sempre lhe disse “Tchizé Malumpié, tu não tens cabeça nenhuma!”.
605MF- Faremos tudo para que o Jorge saiba que o senhor lhe agradece, garantimos.
TM – Muito agradecido, vou ficar sem bateria…Tou lixado, o Gipsy Lord vai-me arrebentar a cara por eu ter deixado acabar a bateria, vou fugir….


Pelo que soubemos, nessa tarde, Tchizé Malunpué foi encontrado morto com a bateria de um telemóvel dentro de seu crânio.
Quanto a Sr. António Luís Carlos João, quando acabámos o telefonema, já não se encontrava presente, esperava por nós um dos seus 15 filho para devolvermos o telemóvel.


Manuel Pouca Parra